LIVRO CAIXA DA ATIVIDADE RURAL: COMO O CONTADOR PODE USÁ-LO A FAVOR DO AGRICULTOR

Ferramentas do contador no auxilio a gestão de propriedades rurais.

 Esta pretende ser uma serie de artigos que abordarão a contabilidade e a agricultura, então vamos refletir juntos e buscar compreender como a contabilidade pode auxiliar não apenas empresas, mas agricultores que ainda não se percebem como atividade produtiva, e que necessitam de ferramentas técnicas para a sua gestão.

Na semana passada, demos o inicio a reflexão sobre como o contabilista pode estar presente e ativo na atividade rural – consideramos inclusive um passo inadiável para qualquer segmento dadas as revoluções que estão ocorrendo tanto na contabilidade quanto na agricultura.

Com o passar do tempo a evolução das exigências impostas por instituições governamentais, e a evolução das interações do agricultor entre seus fornecedores e clientes, impelem-no para a necessidade de organização, adoção de padrões e utilização de métrica de desempenho para orientação de safras lucrativas.

Para obter sucesso nesta jornada, devemos observar que e necessária a interação do contador em todas as etapas do processo produtivo e administrativo da atividade agrária, assim capacitando o contador para compreender a complexidade e adaptar seu conhecimento a prática na agricultura. Existem diversas ferramentas para a geração das informações contábeis que podem ser usados para auxiliar na elaboração das estratégias para a produção agrícola.

Feita esta introdução, precisamos começar a analisar as ferramentas da contabilidade necessárias para uma perfeita integração entre os dois ambientes (realidade da agricultura X ferramentas da contabilidade), a principal obrigação e o que direciona a parte administrativa (e a principal dor do agricultor pessoa física) vale lembrar que a profissionalização do agricultor pessoa física é o objeto de reflexão nesta sequência de artigos.

Com base na atual legislação a declaração de imposto de renda da atividade rural, deve ser feita com base no regime de caixa – salvo algumas exceções- e ela é regulamentada pelo decreto 9580/2018 e lá no seu art.53, temos todos os dispositivos que vão orientar qual é o documento auxiliar para que um agricultor tenha uma declaração pautada e muito bem amparada em documentações e coerente com sua atividade.

Mas o que diz o art.53? ele basicamente institui a ferramenta do livro-caixa para tudo agricultor que faturar mais de R$56.000,00, e também explica qual é a base de cálculo do imposto de renda e da todos os detalhes, o norte de como isso deve ser feito. Juntando isto a nossa realidade da contabilidade torna -se impensável pode usar tão rica ferramenta a favor do nosso cliente. O que pretendo evidenciar aqui e a oportunidade que o legislador criou para nós profissionais da contabilidade, se precisaremos que este produtor rural faça seu livro caixa, por que não aliarmos algum dos tipos de fluxo de caixa para auxiliá-lo no seu processo de decisão?

 Vamos ver de que se tratam tais documentos?

Livro caixa:  trata -se de um instrumento no qual se registram as operações de compras, vendas e outras transações financeiras ele pode ser em um sistema, uma planilha no computador ou celular e ainda, o famoso caderno preto que encontramos inclusive na mais modesta papelaria (vale tudo o importante é o registro e claro o arquivo da documentação que ampara os registros);

Fluxo de caixa: ele tem o registro das entradas e saídas, aponta também saldo inicial e saldo final, em contraponto ao livro caixa ele possibilita analisar a movimentação financeira comparar períodos, aumentando a eficiência na gestão do caixa da atividade rural, com ele fica mais fácil compreender períodos recorrentes de necessidade de capital de giro e momentos de oportunidade de investimento.

Vale ressaltar que o Fluxo de caixa é o espelho financeiro de qualquer atividade que pretenda ser longeva e lucrativa, e independente do modelo escolhido, utilizá-lo como ferramenta para a agricultura afim de evidenciar os reais lucros ou prejuízos da atividade pode representar total diferença nos anos em que houver frustração de safra.

E você leitor, já conhecia a obrigatoriedade do livro caixa analógico? Já havia pensado na possibulidade de aplicar um  fluxo de caixa para a agricultura? Comente aqui em baixo suas percepções e dúvidas.

Juliane Santos

Contadora e Consultora

Especialista em Gestão Estratégica

Proprietaria da Pyxis treinamentos

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