Como medir o proveito e sua relação com relação com o princípio da especialização e do acréscimo

Prof. Coriolano Contabilidade

Prof. Coriolano Contabilidade

Bacharel em Contabilidade pela Universidade Federal de Pernambuco e pós graduado em auditoria.

Nas empresas se trabalharmos na área do Caixa / Tesouraria podemos pensar que entrada de dinheiro é um proveito ( regime do caixa) mas em contabilidade de acordo com o princípio da Especialização/ Acréscimo o proveito é não entrada de dinheiro. Mesmo que na tua empresa entrou 8.000.000 em dinheiro de clientes nada garante que tenha ocorrido o proveito, pode ser um adiantamento de clientes ou pagamento da dívida de clientes.

De acordo o princípio da especialização, o proveito é o acto que garante a entrada futura de dinheiro, o que seria necessário a empresa fazer para garantir a entrada futura de dinheiro, na venda o proveito ocorre no momento da transferência de todos os riscos e recompensas da posse do bem para o comprador ( entenda , o proveito é o fluxo económico/real de bens e serviços não é a entrada de dinheiro).

A entrada de dinheiro pode preceder ( adiantamento ) o proveito ou ocorrer depois do proveito. Mas o proveito é simplesmente o acto sem qualquer associação com entrada imediata de dinheiro. Vamos Ilustrar com um exemplo prático.

Venda de Energia Elétrica Regime Pós – Pago (sem contadores)

Nos bairros angolanos geralmente o pagamento de energia é no Regime Pós Pago , primeiro consome e depois paga ( dificilmente há o contador de energia)

Vamos olhar na perspectiva da ENDE , ela que é a vendedora de energia.

𝐄𝐱𝐞𝐦𝐩𝐥𝐨 𝐏𝐫𝐚́𝐭𝐢𝐜𝐨

Se numa comunidade tivermos 100 casas e a ENDE cobrar 2.000kz por cada casa que totalizam 200.000 Kz , você pode concluir erroneamente que este é o Proveito , mas não é verdade, atenção que estas casas não possuem contadores não temos como saber exatamente a quantidade de energia que eles consomem( a quantidade de Kilowatts ). É aqui aonde reside o problema. A empresa pública ENDE supõe que todos nesta comunidade possuem o mesmo padrão de consumo ( estimativa) e no entanto consomem a mesma quantidade de energia ( claramente que não seria verdade). Há aqui um problema de mensuração do Proveito, é aqui que entra a Contabilidade pura baseado em princípios.

A cobrança de 2.000 Kz é uma estimativa não é o proveito, proveitos não são estimativas , para o financeiro proveito é o que entra em dinheiro mas não é assim para o Contabilista, neste caso a ENDE tem registado como proveito os valores cobrados ( estimativas) aos clientes no regime pós pago, mas não regista o proveito real que seria a quantidade de Kilowatts realmente fornecido a estes clientes no regime pós pagos sem contadores ( sem qualquer instrumento de medicação faltará precisão na quantificação da energia fornecida).

Resolução:

Musseque

100 casas
Cobranças: 2.000 Kz por casa ( estimativa de acordo ao padrão de consumo)
Recebimento: 2.000 * 100 = 200.000,00
Kilowatts realmente consumidos : 100.000 Kilowatts ( se fosse possível medir )
Tarifário : 11 Kz / Kilowatts
Proveitos : 1.100.000 Kz

Perda : 1.100.000 – 200.000 =900.000 Kz

O proveito está associado ao Fluxo Econômico / Real de bens e serviços, neste caso o proveito correspondente o que realmente foi consumido de energia elétrica quantificável ( Kilowatts), isto é a Contabilidade pura baseado em princípios. A ENDE deve registar o proveito pelos Kilowatts de energia consumidos pelos clientes e não com base em estimativas. ( princípio da realização do proveito)

Este artigo está sujeito a crítica e qualquer contribuição para o enriquecimento da ciência contábil.

Pense sempre o porquê das coisas!

Júlio Zenze Lopes

Escritor/Contabilista Angolano e Cientista contábil

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Olá, Sou Lucivando Coriolano. Bacharel em Contabilidade pela UFPE e Pós Graduado em Auditoria. Atualmente sou Contador de carreira na Prefeitura Municipal de Ipojuca (Grande Recife)

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