Na prรกtica contรกbil, o reconhecimento de custos e proveitos deve seguir os princรญpios e normas estabelecidos pelas IAS, IFRS, IASB e pelo Plano Geral de Contabilidade (PGC), e nรฃo as normas fiscais. A contabilidade tem como objetivo principal refletir a realidade econรดmica e financeira da empresa, enquanto a fiscalidade impรตe regras para fins tributรกrios.
Um erro comum em muitas empresas รฉ considerar apenas os custos aceites fiscalmente no registo contรกbil, deixando de lanรงar aqueles que nรฃo sรฃo aceites pelo fisco. No entanto, esse tratamento nรฃo estรก correto. Todos os fatos econรดmicos e financeiros devem ser devidamente registados na contabilidade, independentemente da sua aceitaรงรฃo fiscal. A separaรงรฃo entre contabilidade e fiscalidade deve ser clara: a contabilidade regista os eventos conforme as normas contรกbeis, e a fiscalidade faz os devidos ajustes na determinaรงรฃo do lucro tributรกvel.
Criar uma conta especรญfica de โCustos Nรฃo Aceites Fiscalmenteโ dentro da contabilidade pode nรฃo ser adequado, pois estaria a misturar conceitos distintos. A prรกtica correta รฉ enquadrar cada custo na sua respetiva conta contรกbil e, posteriormente, no apuramento do imposto, ajustar os valores que nรฃo sรฃo aceites para efeitos fiscais.
Dizer que โna prรกtica nรฃo รฉ bem assimโ รฉ um erro, pois na verdade, a prรกtica deve ser exatamente essa: quem nรฃo segue esse procedimento estรก a cometer um equรญvoco e a nรฃo dar o tratamento correto ร s operaรงรตes da empresa. ร fundamental que os profissionais compreendam que a contabilidade nรฃo deve ser feita com base nas regras fiscais, mas sim nas normas contรกbeis, garantindo a transparรชncia e a correta representaรงรฃo da posiรงรฃo financeira da empresa.
๐๐: ๐๐ป๐ด๐ฒ๐น๐๐ผ๐ป ๐๐ฒ๐ฟ๐ฟ๐ฎฬ๐ผ ๐๐ผ๐บ๐ถ๐ป๐ด๐ผ๐ย
Contabilista e Escritor Angolano
๐ฌ๐ต/๐ฌ๐ฏ/๐ฎ๐ฌ๐ฎ๐ฑ